É fato que o lixo que produzimos impacta diretamente no meio ambiente. Em 2019, só no Brasil gerou-se mais de 79 mil toneladas de resíduo, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020 levantado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Cada brasileiro produziu 379,2 kg de resíduo no ano!
Embora muitas pessoas já tenham alguma consciência de consumo, ao mostrar que com atitudes simples sempre é possível reduzir a geração (e consequentemente o descarte) de lixo, relembramos você sobre a urgência e importância do tema.
Dicas práticas para gerar menos lixo:
- Utilize sacolas retornáveis ou de pano
Um item para ter sempre à mão! A dica é deixar as sacolas retornáveis ou de pano (ecobag) na bolsa, no carro ou em algum local estratégico.
Apenas este ato, pode poupar um período de 400 a mil anos de decomposição que ocorreria com o uso das sacolas plásticas!
A título de curiosidade, o plástico surgiu a cerca de 120 anos, como alternativa a substituir o uso de origem animal (marfim de elefantes, cascos e chifres bovinos). E desde então o cotidiano humano mudou e até a nossa vestimenta: tecidos compostos por plástico (como o poliéster, poliamida e o elastano), trouxeram um custo mais acessível que tecidos naturais – assim como identificado em muitos outros setores.
Mas o que gerou praticidade, também trouxe consequências. A produção estimada de plástico mundial é de 400 milhões, sendo que 5 trilhões de unidades deste material podem já estar no oceano – o que implica na geração de microplásticos, por exemplo (partículas plásticas pequenas que podem estar presentes até mesmo na nossa alimentação).
- Prefira embalagens retornáveis
Sabe o copo plástico/canudo que você usa uma vez e logo vai direto ao lixo, ou aquele alimento embalado por incontáveis plásticos?
Até 2050, a produção de plástico deverá crescer em 50%, conforme apontamento do Atlas do Plástico pela Fundação Heinrich Böll. Já imaginou?
Por isto evite ou repense formas de abolir este plástico de uso único, preferindo o papel ou carregando consigo sua garrafa de água e talheres. As opções são embalagens com outras finalidades e duráveis, como embalagens de vidro ou de outros alimentos que comumente virarão potes de armazenamento (afinal, comprar e armazenar produtos a granel também é uma forma de equilibrar o uso do plástico).
Outra dica é escolher seu produto optando por embalagens retornáveis, que por vezes trazem até economia – você devolve a embalagem, recebe o mesmo produto e paga menos. Acredite: a médio prazo, não só o meio ambiente, mas o seu bolso agradecerá.
- Pratique coleta seletiva
O problema do volume de lixo beira também a clandestinidade. Em 2014, no Brasil, o descarte em lixões (a céu aberto, com altas taxas de contaminação e produção de chorume incontrolável) passou a ser proibido, regulamentando oficialmente os aterros sanitários – onde camadas de lixo são sobrepostas por terra. Mas de acordo com a Abrelpe, em 2017, mais de 3 mil lixões ainda existiam no Brasil.
Em casa, um dos primeiros hábitos pode ser a coleta seletiva: separe vidros, plásticos, papeis e metais.
A primeira mudança deve ser reservar um espaço/lixeira para cada material e depois passar a observação com atenção o que iria de modo automático a uma única lixeira. Com o tempo, até o lixos orgânico e eletrônicos também podem ser separados e descartados da maneira correta (busque por ecopontos locais).
Dica extra: caso você more em condomínio e este não fizer a coleta seletiva, você pode procurar empresas que realizam este trabalho e conversar com o síndico do prédio.
- Faça compostagem
Ótimo para quem tem horta e plantas em casa. Em um recipiente você poderá juntar: restos de alimentos, alimentos cozidos ou assados, borra de café, resíduos frescos, serragem e folhas secas.
Quando bem tampado o recipiente não deixará escapar cheiro algum. E em poucas semanas você terá sua compostagem.
- Doe
Ao invés de acumular roupas, livros e objetos sem uso, separe os em melhor estado, procure uma casa de doação (ou identifique uma família em vulnerabilidade socioeconômica) e faça a sua parte.
Sempre é tempo de solidariedade e, por aqui, nenhum dado é suficiente para convencer você a criar o hábito desta boa ação. A dica crucial é estabelecer uma frequência para análise de doação, assim, você não deixa passar e mantém acumulado itens desnecessários e que ocupam espaço no lar.
Agora é com você! Empolgado(a) para começar gradualmente uma rotina sustentável? E, lembre-se: o importante é sempre repensar nossos hábitos.