Turismo

Cunha-SP – Apesar de pouco conhecida, é uma ótima opção

A 220 km da capital paulista, a cidade é rica em belezas naturais e produção de cerâmica artesanal

Se nesta primavera fria você gostaria de visitar uma cidadezinha tranquila, nas montanhas, onde é possível curtir um friozinho em frente à lareira e ainda ter opções de trilhas, caminhadas, passeios culturais, comida e cachaça de ótimas qualidades, a indicação é Cunha. A cidade é uma estância climática, com altitude média de 1.100m, e está
localizada sentido litoral norte de São Paulo, entre Guaratinguetá e Paraty.

Aninhada pela Mata Atlântica, Cunha abriga duas reservas florestais: o Parque Nacional da Bocaina e o Parque Estadual da Serra do Mar Cunha-Indaiá. Para quem gosta de andar há inúmeras trilhas e dezenas de estradinhas de terra.
Imperdível mesmo é a subida à Pedra da Macela. São 2 km de caminhada por uma pista de cimento bem íngreme, mas o visual, quando se atinge os 1.800 metros de altitude da Pedra, é literalmente de “tirar o fôlego”. Em meio a um mar de montanhas, é possível avistar parte do litoral fluminense, a cidade de Paraty, a Baía da Ilha Grande, parte de Angra dos Reis e toda a região serrana de Cunha. Não se esqueça de passar protetor solar, levar água, boné e é claro, a máquina fotográfica. Também é interessante checar a previsão do tempo antes, pois em dias nublados, o esforço pode não valer à pena.

Outro diferencial que o visitante de Cunha deve apreciar é a demonstração da queima do Raku, uma técnica de queima rápida de cerâmica, que chega a 950° em cerca de 1 hora. Alguns ateliers da cidade, como o Atelier Anand e o Adamas abrem suas portas ao cair da tarde (às 18h) para receber os visitantes e demonstrar passo a passo o processo artesanal da queima. O resultado é belíssimo! Alguns ceramistas utilizam também a técnica Noborigama, arte milenar japonesa que transforma o barro em pedra em fornos que
chegam a atingir 1.350ºC. A cidade possui cerca de 20 ateliers em cerâmica.

Festas religiosas – Cunha mantém-se como palco das principais festas religiosas da tradição católica, conservando sua feição caipira e rural. O destaque fica para a Festa do Divino, que sempre ocorre no mês de julho. A festa atrai multidões para as novenas e festejos, como Congada, Moçambique e jongo – danças com instrumentos tocados (violas, caixa surda pandeiro, acordeão ou sanfona) acompanhados pela batida dos pés.

O centro da cidade também guarda diversas lojinhas de artesanato local e algumas curiosidades como um relógio de sol que fica na praça da Igreja Matriz, construída em 1735, e o Museu Municipal Francisco Veloso, com exposição permanente do acervo da Revolução Constitucionalista de 1932.

Estrada Real
A Estância Climática de Cunha teve suas origens por volta de 1695. Nessa época, muitos aventureiros subiam a serra pela trilha dos Guaianás com destino ao Sertão de Minas Gerais, atraídos pela notícia de que havia ouro e pedras preciosas naquela região. Com isso, Cunha, que era conhecida como “Boca do Sertão”, tornou-se parada obrigatória para descanso e reabastecimento das tropas.
Por Cunha passa a Estrada Real – caminhos trilhados pelos colonizadores desde a descoberta do ouro em Minas Gerais até o período de sua exaustão. Na cidade o caminho remonta a uma antiga trilha indígena (peabiru), utilizada pelos Guaianás que, do litoral de Paraty, atingia o vale do rio Paraíba do Sul, atravessando a serra do Mar.

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