O ritmo da construção civil caiu este ano na maioria das capitais brasileiras. A maior queda foi em São Paulo – de quase 30% no lançamento de novos prédios.
Mas os preços dos imóveis não devem subir, não! É que já subiram muito nos últimos anos quando o mercado estava muito aquecido e agora devem ficar estabilizados.
O consumidor ficou menos afoito e as construtoras mais cautelosas. É que lançar novos empreendimentos, ficou mais caro: “Pelo preço do terreno, pelo preço da mão de obra, devido a esse boom imobiliário que teve há dois, três anos atrás… Então isso tudo vai influenciando no preço final do apartamento e obviamente,dificulta isso, dá um breque nos lançamentos que existem na cidade”, conta Marcelo Bigucci, diretor de construtora.
Em São Paulo, pesquisa do Sindicato da Habitação mostra que os lançamentos de imóveis despencaram 29% em relação ao ano passado. Para o presidente do Secovi essa realidade traz novos preços ao mercado.
“Se as pessoas querem comprar um imóvel, estão esperando os preços caírem pra comprar, seguramente isso não vai acontecer. O que vai acontecer agora é que os preços vão ser mais comportados, vão evoluir de acordo com o desenvolvimento inflacionário”, afirma o presidente do Secovi, Cláudio Bernardes.
Outro levantamento, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção revela que no Rio de Janeiro as vendas de imóveis reduziram quase 20%, nos seis primeiros meses do ano. Em Belo Horizonte e Fortaleza, os lançamentos de novos empreendimentos também caíram.
E o mercado fez modificações para não perder o cliente. Começou pelo tamanho dos imóveis que ficaram bem menores. Em um, que está sendo lançado, tem cozinha, banheiro, quarto e a sala em um espaço de 42 metros quadrados, sem paredes e somente os móveis é que fazem as divisões.
E a ordem no mercado imobiliário agora, é lançar novos empreendimentos só se for para vender logo. O foco desse mercado são as pessoas que vão comprar o primeiro apartamento e tem entre 35 e 40 anos. “Lançamos um empreendimento em um mês vendemos mais de 500 unidades”, revela Marcelo.
Lauro está disposto a esperar quatro anos pela construção do escritório que vai ficar no mesmo prédio do apartamento. “Sempre acreditei em imóvel. A médio e longo prazo é sempre um bom investimento”, afirma o analista de negócios.
Das dez capitais pesquisadas, só houve aumento de lançamentos de imóveis em Porto Alegre e Recife. A explicação é que nessas cidades, o preço do metro quadrado não aumentou tanto porque ainda há muita oferta de terrenos.
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