MBigucci

Injeção de ânimo por Milton Bigucci

Tenho sentido nos últimos meses um pessimismo generalizado dos empresários e preocupação dos empregados com relação aos seus empregos e ao nosso país. Também com o nosso PIB beirando a zero neste 2014/2015 e tanta corrupção, não é para menos. Dizem alguns que vai piorar mais, antes de melhorar. Porém não podemos desanimar. De jeito nenhum. É hora de pensar, criar, agir, estudar e trabalhar mais. Parar de criticar e produzir.

Já passamos por inúmeras crises ao longo destas décadas com pacotes econômicos e crises políticas e sociais.

Você que é mais velho, apenas para lembrar uma delas, recorda-se quando, em março de 1990, o presidente Collor (esse mesmo que hoje é senador) e a Zélia, ministra da economia, confiscaram o dinheiro de toda a população brasileira, tentando acabar com a inflação com uma canetada, deixando todos com apenas 50 mil cruzados novos na conta bancária, empresários e empregados. Foi um choque, com feriado bancário, ficamos perplexos e sem saber o que fazer. Quem passou por isso sabe como sobrevivemos.

Um absurdo. Quanta irresponsabilidade. Muita gente quebrou.

Tantos obstáculos e crises me fizeram crescer.

Adoro trabalhar e sempre que posso procuro transmitir aos jovens que os resultados só vêm com muita dedicação. Nada me assusta. Deve-se usar as crises para aprender.

Meus pais eram muito pobres. Meu pai, Roberto, era um operário  carpinteiro e minha mãe, Trindad, do lar. Meu primeiro emprego registrado foi em 12 de janeiro de 1953, há 62 anos, como auxiliar de balconista na Casa Freire, uma loja de ferragens, na Rua Lino Coutinho, no Sacomã-SP. Em 15 de maio de 1956 fui trabalhar como office-boy na Linhas Corrente, na Rua do Manifesto – Ipiranga (está lá até hoje).

Por que fui trabalhar tão cedo? Porque queria estudar, precisava pagar a escola e não tinha dinheiro. Ingressei na Escola de Comércio Modelo, na Via Anchieta, em 1955. De lá para cá nunca mais parei de trabalhar e estudar. Graças a Deus. É o que me mantém vivo, lúcido, otimista e ágil (mais ou menos), jogando o meu futebol, dando emprego a centenas de pessoas e produzindo milhares de habitações (hoje mais de 25 mil pessoas moram em um MBigucci – fundada em 7/10/1983 – e que já construiu mais de 1 milhão de m²).

Em 19 de maio de 1961, com 19 anos de idade, ingressei no ramo da construção civil, como auxiliar de escritório na Ipê Engenharia Ltda (Grupo Itapuã), dos drs. Enio Monte e Szymon Goldfarb, na Rua Costa Aguiar, 1.761 – Ipiranga-SP. Sempre estudando.
Formei-me como professor de Contabilidade em 1962, no Mackenzie, e em 1968 me formei na USP.

Trabalho muito até hoje. Gosto, não me arrependo e espero continuar assim por muito tempo.

A vida é uma luta constante. É uma corrida de obstáculos. Não desanime nunca. Arrisque-se e acredite. Não protele suas decisões. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Seja transparente e fale a verdade sempre. Os resultados vêm, com certeza. Não seja um parasita da sociedade, correndo atrás de “bolsas”, busque ser útil e produza, não viva de esmolas, ensine os seus filhos o caminho da humildade, do bem, do estudo e do trabalho, o valor das coisas e o respeito ao próximo. Se puder, ajude-o. No mundo sempre haverá pessoas invejosas, que não produzem nada. São os incompetentes. Passe por cima de tudo isso.

Recentemente nossa querida MBigucci ganhou, da Revista IstoÉ Dinheiro, o prêmio de “Melhor Construtora de Capital Fechado do Brasil” e, da ITC/Sustentax, o de Construtora Mais Sustentável também. Orgulho e honra de todos nós, proprietários, colaboradores, clientes e parceiros. Fruto de muito trabalho,  dedicação, ousadia e coragem.

Dizem meus amigos, que sou um vencedor. Na verdade, sou apenas um trabalhador.

Milton Bigucci -*MILTON BIGUCCI é presidente da construtora MBigucci e da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP e seu diretor para a Região do ABC, membro do Conselho Industrial do CIESP, conselheiro vitalício da Associação Comercial de São Paulo, conselheiro nato do Clube Atlético Ypiranga (CAY). Autor dos livros “Caminhos para o Desenvolvimento”, “Somos Todos Responsáveis – Crônicas de um Brasil Carente”, “Construindo uma Sociedade mais Justa”, “Em Busca da Justiça Social”, “50 anos na Construção” e “7 Décadas de Futebol”, e membro da Academia de Letras da Grande São Paulo, cadeira nº 5, cujo patrono é Lima Barreto.

 

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