A educação é a base de crescimento de qualquer país.
No Chile, país altamente politizado, com um modelo educacional de sucesso, os estudantes ficaram em greve por longo tempo durante este ano, com protestos constantes, lutando para reduzir as mensalidades das universidades públicas. Lá eles pagam. Estão em busca da gratuidade. É um país onde 90% dos jovens têm ensino médio. Aqui são 40%. Lá 50% estão no ensino superior. Aqui, somente 10%. Lá eles lutam por melhorias, aqui estamos conformados, embora a gratuidade já exista.
Na Suécia estão lutando para colocar o mandarim, língua chinesa, no currículo escolar, prevendo o desenvolvimento mundial da China. A Coreia do Sul, do tamanho de Alagoas e população de 48 milhões de pessoas, continua sendo o grande exemplo de vitória econômica e de desenvolvimento, por meio da educação, cuja reforma começou na década de 1950. Os alunos estudam em tempo integral no fundamental e básico, gratuitamente; na idade de 25 a 34 anos, 60% têm o curso universitário (no Brasil, apenas 10%); a escolaridade média é de 14 anos (o dobro do Brasil); o professor, sempre endeusado, tem excelente salário; a renda per capita do país é de US$ 20 mil (o dobro do Brasil); as maiores empresas do país têm ajudado nessa educação (Samsung, LG e Hyundai).
Aqui, infelizmente é notório ver o nível da qualidade da escolaridade brasileira. O aluno sai muito “chucro”. Sem base. São Paulo está no bom caminho com a valorização do professor e sua valorização por mérito, além de oferecer 248 Centros de Estudos de Línguas, a partir do 7º ano do Ensino Fundamental. Mas, há muito a percorrer.
Veja os escritos, as dissertações e os erros crassos. Na matemática também. Se não houver a velha calculadora, não há raciocínio que resista. O jovem realmente sai mal preparado da escola.
Parece que está pior. Noto isso nos testes de emprego no RH das empresas. Na prática, fica pior ainda. O Brasil está precisando de uma revolução educacional urgente. Ela demora anos para alcançar resultados.
Só se faz um país de sucesso com muita educação e cultura. Já temos a gratuidade, porém, a qualidade…
*MILTON BIGUCCI é Presidente da construtora MBigucci, presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande
ABC, diretor Regional do Secovi para o Grande ABC e membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP, autor dos livros “Caminhos para o
Desenvolvimento”, “Somos todos Responsáveis – Crônicas de um Brasil Carente” e “Construindo uma Sociedade mais Justa”, e membro da
Academia de Letras da Grande São Paulo, cadeira nº 5, cujo patrono é Lima Barreto.