Vó Isabela com o elenco da peça (Num Lago Dourado): Ary Fountoura, a atriz Ana Lúcia Torre, o jovem Lucas Abdo e o diretor Elias Andreato.
Dona de uma memória invejável e de uma disposição sem igual, Isabel Maltos Pioli, a Vó Isabela, é o tipo de exemplo que todos deveríamos seguir. Aos 93 anos de idade ela já fez teatro, computação, participou de corridas e caminhadas, desfilou em escola de samba, lê a revista Veja todas as semanas, é adepta ao facebook e ao WhatsApp e adivinha só seus assuntos favoritos? Futebol e Teatro!
Sogra de Milton Bigucci, presidente da MBigucci, a Vó Isabela, é mãe de Sueli Pioli Bigucci e Roseli Pioli Zanetin. Tem cinco netos, dos quais quatro são diretores da MBigucci (Roberta, Milton Junior, Marcos e Marcelo) e um é cirurgião-dentista (Vinícius P. Zanetin), além de 12 bisnetos e outros tantos “netos do coração”, como ela chama.
Apaixonada por teatro, ela foi a convidada especial da nossa equipe para assistir à pré-estreia da peça “Num Lago Dourado”, com Fontoura e Ana Lucia Torre, exibida no início de abril/2017, em São Caetano do Sul. Ao final do espetáculo, a Vó Isabela fez questão de cumprimentar o elenco e foi acolhida com grande carinho pelos atores e pelo diretor, Elias Andreato, que a agradeceu pela presença: “Ficamos muito felizes em tê-la aqui hoje. Muito bacana ver a vitalidade da Dona Isabel”, comentou o diretor.
Confira o bate-papo com a Vó Isabela
MBNews: Qual o segredo para tanta lucidez e vitalidade?
Vó Isabela: Sou muito tranquila, não me envolvo em saber da vida dos outros. Se precisarem de mim, saio correndo para ajudar, mas esse negócio de querer saber detalhes da vida dos outros me incomoda, não é comigo. Desde pequena sou assim e acho que isso me ajuda. Cuido muito da alimentação também, não exagero em nada. Arroz e feijão é o meu prato favorito. E toda semana leio a revista Veja inteirinha assim que chega, meu neto me deu assinatura de presente. Leio também a Folha de São Paulo, gosto de estar atualizada para conversar com meus netos. Isso me faz muito bem!
MBNews: E quanto ao teatro? Ao assistir à peça “Num Lago Dourado”, seus olhos brilhavam de uma forma diferente… A senhora gosta? Já interpretou?
Vó Isabela: Adorei a peça, os atores são muito bons, muito expressivos e a história também, tem a ver com a nossa vida, tudo isso é muito bacana. Ah… eu amo teatro. Fiz aulas no Centro de Referência do Idoso de São Bernardo. Fui até a atriz principal da peça de encerramento, chamada “Garotas
Sapecas”. E não é que a peça ‘bombou’? A família inteira foi me assistir! Apresentamos no Teatro Cacilda Becker, no final de 2015. Falava sobre o cotidiano de mulheres do interior e eu era a matriarca delas. No fim, acabamos virando uma família, mantendo as amizades até hoje.
MBNews: E o futebol, é verdade que a senhora não perde um jogo? Qual time torce?
Vó Isabela: Amo futebol também. Meu genro (Milton Bigucci) não se conforma que conheço todas as posições e nomes dos técnicos e jogadores. Também, pudera, pois assisto aos jogos todas as quartas-feiras. Quando solteira eu era corintiana e meu marido, Ítalo (já falecido), era palmeirense, então eu tinha dois times do coração. Mas como quase todos meus netos são são-paulinos roxo, assim como meu genro, o Milton, eu também torço para o São Paulo.
MBNews: Como é envelhecer para a senhora?
Vó Isabela: Sou otimista, só penso em coisas boas. Eu vivo a minha vida, minhas coisas, gosto de ser independente. Não gosto que fiquem muito em cima de mim, querendo fazer as coisas por mim. Independência na minha idade é tudo.
Vivo intensamente o dia de hoje e não gosto de ficar me preocupando com o que vem depois. Nunca gostei de ficar parada, estou sempre em movimento.
MBNews: A senhora sempre foi ativa assim?
Vó Isabela: Sempre! Quando jovem, era costureira, trabalhei como cerzideira de meias de nylon em uma fábrica no Ipiranga. Depois que minha primeira filha nasceu comecei a costurar em casa roupas de bebê para uma loja. Gosto muito de cozinhar também. Lembro que assim que me casei, dava pensão (servia almoço) para mais de 40 funcionários que trabalhavam com meu marido. E fiz também curso de cabeleireira, montei até um salão em casa que “bombava”, as clientes adoravam. Foi uma vida de bastante sacrifícios e muito, muito trabalho.
MBNews: Como vê o relacionamento da terceira idade com os jovens?
Vó Isabela: Na minha casa sempre teve muita conversa e diálogo com as meninas. Nossas filhas sempre nos contavam tudo, para mim e para o Ítalo. Elas sabiam que o pai também era amigo delas, não tinham receio de contar nada. Hoje, brinco que minha casa é uma igreja, quando alguém tem problema, vem na Vó Isabela (risos). Não sou de censurar ninguém, não julgo ninguém, mas mostro que sempre é preciso ver o outro lado da moeda também. A vó não é nenhuma santa, mas tenho bastante intuição.
MBNews: E as redes sociais? A senhora é adepta?
Vó Isabela: Lido bem com o Facebook e o WhatsApp, a tecnologia não é difícil, arrumei muitos amigos nas redes sociais. Gosto de comentar os posts dos netos, e geralmente meus comentários “bombam”. (risos)